Arte como terapia ou a arte de aprender ao longo da vida!
by Prof. Ana Filipa Félix
Foi com grande alegria e entusiasmo que me propus a participar no programa Erasmus+. E fiquei muito feliz por poder fazer o curso de “Art as Therapy: self expression and special needs in art education”, em Florença, entre os dias 21 e 25 de março deste ano.
Como psicopedagoga e
arte-terapeuta, considerei que era altura de renovar o meu conhecimento e
mergulhar, mais uma vez, neste mundo da arte e do conhecimento humano.
A verdade é que a minha expectativa foi cumprida.
A nossa formadora, Monica Ogaz, mexicana, artista plástica e arte-terapeuta, levou-nos até ao seu atelier e lá aprendemos a ser melhores “professores”. O seu espírito descontraído, animado e olhar atento permitiu-nos descobrir o potencial que cada um de nós guarda em si. O grupo compreendeu a importância do desenvolvimento sócio emocional para o bem-estar integral do ser humano, vivenciado através dos vários exercícios propostos. O desafio foi o de respirar, relaxar, expressar e partilhar o que íamos sentindo. E como é desafiante a expressão de sentimentos…!? Quando as palavras não chegam para expressar o que sentimos, a expressão plástica, neste caso, foi ajudando a dar forma e cor.
A verdade é que a minha expectativa foi cumprida.
A nossa formadora, Monica Ogaz, mexicana, artista plástica e arte-terapeuta, levou-nos até ao seu atelier e lá aprendemos a ser melhores “professores”. O seu espírito descontraído, animado e olhar atento permitiu-nos descobrir o potencial que cada um de nós guarda em si. O grupo compreendeu a importância do desenvolvimento sócio emocional para o bem-estar integral do ser humano, vivenciado através dos vários exercícios propostos. O desafio foi o de respirar, relaxar, expressar e partilhar o que íamos sentindo. E como é desafiante a expressão de sentimentos…!? Quando as palavras não chegam para expressar o que sentimos, a expressão plástica, neste caso, foi ajudando a dar forma e cor.
A criatividade cura e criar abre um novo caminho de autoconhecimento como também permite conhecermos o Outro como ele é. Desenvolvemos, por isso, a nossa compreensão empática (de ouvir e aceitar o outro). No contexto actual em que vivemos, nunca foi tão urgente dar espaço a relações não agressivas e empáticas.
E como tudo na vida, os lugares são as pessoas que
conhecemos. E, sem margem para dúvidas, o que mais gostei foi conhecer os meus
“colegas de classe”. A maioria eram professores e vinham de vários países da
Europa: Áustria, Espanha, Finlândia, Grécia e, claro, Portugal (há sempre um
português em todo o lado!). Professores do primeiro ciclo, educação visual,
inglês, espanhol, psicólogos e directores de escola. Foi muito interessante
conhecer os diferentes sistemas educativos e contextos das várias escolas.
Mas, afinal, o que é arte-terapia?
É um modelo dinâmico
de intervenção psicológica que se propõe ao estudo do ser humano através das
várias expressões artísticas. Individualmente ou em grupo, o espaço terapêutico
(setting) é preparado para nos receber e acolher, em todas as dimensões da vida
humana. No caso da nossa formação em Florença, foi privilegiado a expressão
pelas artes plásticas, permitindo a abertura desse espaço de relação.
Iniciávamos sempre com uma breve meditação, um momento de relaxamento, e de
seguida era feita uma proposta de exercício arte-terapêutico. Todo o conteúdo
que emergia deste momento criativo era usado como ponto de partida para a
aprendizagem de todo o conteúdo teórico que suporta a Arte-Terapia. Desta forma,
era possibilitada uma maior abertura e disponibilidade para relacionar
conteúdos com o que era experienciado e sentido. Esta prática era feita duas a
três vezes, todos os dias. Naturalmente, o nosso grupo de formação foi
estabelecendo relações mais próximas entre si, reconhecendo e identificando em
si e nos outros as suas semelhanças, indo muito mais além do que as suas
diferenças culturais.
Assim como dentro das nossas salas de aula. Os alunos são
mais do que as suas características, contextos familiares/ socioeconómicos ou
dificuldades de aprendizagem. O que nos une é muito mais do que isso.
Todos aqueles que participaram levaram consigo novas
formas e estratégias para abrir espaço a esta relação com os seus alunos.
Acreditam que um Professor de matemática estava a preparar-se para iniciar as
suas aulas a partir de um momento criativo? Pois sim. Isto vai acontecer. E
enche-me de esperança imaginar que, em cada escola, cada um de nós pode e
permite-se realizar-se como pessoas, possibilitando aos seus alunos um espaço
de crescimento e de criatividade. Porque a criatividade cura. E precisamos,
urgentemente, encontrar novas formas criativas de cura (do mundo).
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