Irlanda e as suas tempestades...

By Andreia Lopes



Obviamente, ninguém vai ao hospital porque tem curiosidade para saber como funciona então vou contar como fui eu conhecer o Mercy University Hospital.
Quase de certeza que ouviram falar na grande tempestade que por aqui passou, foi uma tempestade para a Irlanda e para mim também o foi. Quase não se podia andar na rua, chovia torrencialmente, o vento fazia as pessoas chorarem sem mesmo quererem enfim... uma bela tempestade.
Eu tinha ido fazer algumas compras e nem o vento, nem a chuva e nem mesmo as minhas próprias sapatilhas estavam do meu lado.
Fui então fazer as compras, completamente encharcada (só faltava o shampoo) porque utilizar guarda-chuva não funcionava porque partia em questão de segundos, as escadas de onde eu fui estavam encharcadas. Fiz as minhas compras e ao sair, escorreguei nas escadas e ao cair bati com as minhas costas... uma dor nada agradável surgiu mas como o bom português pensa "poderia ser pior, isto passa" e então voltei para casa.
No dia seguinte as dores estavam mais intensas mas mesmo assim fui estagiar na esperança que as dores passassem. Adivinhem? Não passaram e então eu decidi ligar para a Teresa que é a responsável por nos caso aconteça alguma coisa. 
Numa questão de poucos minutos a Teresa liga-me a dizer que tinha uma consulta nesse mesmo dia e que tinha de sair imediatamente do estágio para ir para o centro de Cork. 
Do meu estágio até ao centro de Cork, durante o dia, demora por norma 45 minutos ou mais, depende do trânsito e o tempo já estava a ficar escasso.
Durante a viagem, o autocarro estava com alguns problemas e não ajudou na questão do tempo até que o autocarro, estando a 15 minutos do centro, resolve avariar. Saímos do autocarro e tivemos de esperar mais de 15 minutos pelo próximo, avisei a Teresa do que se estava a passar e ela disse que tinha de lá estar no máximo em meia hora, consegui chegar a horas. 
Estando já no médico, preenchi um papel com algumas informações minhas e em menos de 10 minutos fui atendida. O médico perguntou o que se tinha passado e eu expliquei, mandou-me fazer alguns exercícios para ver o quão mau eu estava. Resultado? Mandou-me para o hospital porque eu precisava urgentemente de fazer um raio-x. 
O hospital ficava a mais ou menos meia hora a pé do local onde estávamos e com o frio que estava, custava-me imenso a caminhar mas ganhamos coragem e fomos nós para o hospital.
Eu não fazia ideia onde era o hospital e a Teresa também não porque nunca tinha necessitado visitar o mesmo.
Mal la chegamos, entramos no lado errado do hospital, tivemos de voltar para trás e acreditem, custou mais voltar para trás do que caminhar até lá.
Finalmente no hospital, eu tinha um papel a dizer o que se tinha passado e dei entrada nas urgências.
A 1ª vez que me chamaram foi para confirmar o que se tinha passado e para medir a tensão e voltei para a sala de espera.
A 2ª vez foi para fazer exatamente os mesmos exercícios que fiz no médico anterior e voltei para a sala de espera novamente.
A 3ª vez foi para fazer o raio-x (finalmente) e mal terminou, voltei para a sala de espera novamente.
A 4ª e última vez foi para dizerem o que eu tinha, nada de grave. Nessa vez também me passaram um atestado a dizer que tinha de ficar duas semanas em repouso total e deram-me a receita para passar pela farmácia que ficava no centro, ou seja, mais 30 minutos a caminhar para o sitio de onde partimos. 
Chegamos à farmácia e tive de esperar mais 15 minutos para prepararem os remédios. 
Com todas as voltas que demos, acho que gastei mais sola das sapatilhas do que dinheiro, com o 1º médico não gastei nada graças ao cartão europeu de saúde, no hospital com o raio-x e todo o processo também não gastei nada graças ao cartão e na farmácia paguei apenas 2€ com um saco de medicamentos graças à receita médica e ao cartão obviamente.
Ps: se estão a pensar em viajar tragam o vosso cartão europeu de saúde porque nunca se sabe o que pode acontecer. 
Em comparação com Portugal, achei o serviço de atendimento muito mais rápido embora mais repartido. Achei bastante acessível o preço dos medicamentos. 
Com esta história toda, sai do estágio as 15h e cheguei a casa por volta das 20h. 
Obviamente não é uma história feliz mas em compensação posso dizer que conheci um pouco o funcionamento de um hospital de outro país e que já consigo ir sozinha caso haja outra tragédia (esperemos que não aconteça).


Comentários

  1. Olá Andreia,

    Espero que já estejas melhor!! Que grande aventura :(

    Pensamento positivo!

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