Coaching and Mentoring to Support Teachers

by Jacinta Valente


 “What's the difference: training, coaching, teaching, mentoring?”, foi assim que o curso de formação “Coaching and mentoring to Support Teachers” começou no dia 4 de julho em Praga. 

Juntamente comigo estavam outros 13 professores de vários países: Hungria, Polónia, Turquia, Itália, Grécia, Letónia e Chipre, e para nos orientar nesta descoberta tivemos a formadora Bára Rodi, residente em Praga, República Checa. Foi assim com um grupo diversificado e com diferentes experiências que fomos explorando os vários temas ao longo da semana.

Voltando à pergunta inicial e de uma forma mais prática: como aprenderias a andar de bicicleta com um: mentor, professor, treinador ou um coach? (A tradução de inglês para português não ajuda, pois para nós um treinador é um coach… mas em inglês há diferenças entre trainer e coach)

  • - um treinador – provavelmente teria duas bicicletas, em que o treinador mostrava ao “aprendiz” como andar bicicleta fazendo-o como exemplo;
  • - um professor – provavelmente faria uma bela apresentação em sala, explicando como funciona uma bicicleta e todos os conceitos necessários como o equilíbrio e velocidade necessários para o “aprendiz” poder andar de bicicleta. E o trabalho de casa seria experimentar numa bicicleta, caso a tivessem em casa;
  • - um mentor – provavelmente teria uma bicicleta, onde o “aprendiz” iria tentando andar de bicicleta sobre orientações e sugestões do mentor baseados na sua experiência, com momentos de feedback;
  • - um coach – provavelmente faria questões ao aprendiz do género: “porque queres aprender a andar de bicicleta?”, “Numa escala de 1 a 10 quanto estás motivado a aprender?” e ainda “O que vai mudar na tua vida depois de teres aprendido a andar bicicleta?”

São assim posturas diferentes e que terão processos diferentes, embora todos possam funcionar, mediante as expetativas, o perfil do “aprendiz” e os conteúdos a transmitir.  


Mas vamos concentrar-nos no “Mentoring” para já.

O Mentoring (Mentoria) vem sendo reconhecido como um dos melhores métodos para o desenvolvimento individual em diversas dimensões da vida, inclusive profissional. Trata-se de um processo relacional em que uma pessoa (mentor), com base no seu conhecimento e experiência, motivam, orientam e influenciam outra pessoa (mentorado) na aquisição de conhecimento e no seu desenvolvimento emocional ou social.


A literatura costuma vincular as origens do mentoring à “Odisseia”, de Homero. A obra narra a saga de Odisseu, rei de Ítaca, que saiu para lutar na Guerra de Troia. Ele indicou o velho amigo, mestre e conselheiro Mentor como guardião de seu filho Telêmaco e da família real.

Há, porém, evidências de que Mentor fracassou na missão que Odisseu lhe delegou. Não foi para Telêmaco um conselheiro ou guia e, de uma forma geral, não protegeu a família de Odisseu. Assim, as qualidades positivas que em geral a literatura atribui à figura de Mentor não poderiam estar ligadas ao Mentor personagem da Odisseia.

O uso moderno da palavra “mentor” está ligado à obra “Les Aventures de Télémaque”, do francês François de Salignac de La Mothe-Fénelon, publicada em 1699. Fénelon era tutor do neto e possível sucessor de Luís XIV, o Rei Sol. Inspirando-se na Odisseia, Fénelon escreveu o livro em tom de alegoria, atacando o absolutismo de forma sutilmente velada, ao mesmo tempo em que propunha um método de instruir o jovem herdeiro sobre as responsabilidades da realeza.

O personagem Mentor de Fénelon é diferente do Mentor de Homero, pois age efetivamente, com sabedoria, assumindo o verdadeiro papel de educador, guia, provedor de ajuda, capacitador. Com a popularidade dessa obra, a palavra “mentor” passou a ser utilizada em francês e em inglês como um substantivo comum, no início do século XVIII.

 

Uma das ferramentas essenciais do Mentoring é o FEEDBACK, que envolve duas pessoas (quem dá e quem recebe) e que deve ser positivo e construtivo. Durante este curso fizemos alguns role plays simulando situações reais de feedback.





Para o feedback ser objetivo e construtivo, no contexto escolar é essencial que haja "observações de aulas". Uma das colegas do curso, é uma professora universitária na Hungria e partilhou connosco alguma investigação nesta área, inclusive formulários e artigos sobre o tema.  Tanto na Hungria como na Turquia existe uma estrutura de "Mentoring" implementada nas escolas para ajudar os professores a progredir.


Por outro lado o COACHING baseia-se muito em questões - powerful questions, e também na capacidade do coach de ouvir e esperar pela resposta, focando-se em soluções e não em problemas. Nesta metodologia não é tanto sobre partilhar experiência adquirida, mas sim guiar o "aprendiz" no seu crescimento através do acompanhamento de objetivos bem definidos (SMARTED). 




Este é apenas um resumo rápido dos principais conteúdos abordados neste curso de formação. 
Durante a semana foram usadas várias plataformas de aprendizagem (como o  ACTIONBOUND ou o PADLET), atividades de ice-break bem interessantes e momentos de aprendizagem e partilha informais, quer pela utilização da língua inglesa, quer pela troca de experiências de cada um dos participantes. 

Por exemplo, uma das professoras da Grécia, leciona numa escola onde 80% dos alunos não são gregos, mas sim refugiados. Na sua turma, esta professora tem mais do que 8 ou 9 nacionalidades, tendo de desenvolver conteúdos e atividades capazes de incluir crianças que não falam a mesma língua. 
Na Turquia, as professoras continuam a "lutar" contra as diferenças culturais de alunos dentro da mesma sala de aula.

Se estiverem interessados neste tema podem explorar o nosso padlethttps://padlet.com/viceversacz/Coaching_07_2022


Os programas de ERASMUS são mesmo assim: Uma excelente oportunidade de crescimento profissional e pessoal.
Obrigado por esta oportunidade.



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